Fábrica Velha
A Fábrica Velha, localizada junto à margem do Rio Mondego, foi explorada pela firma “Fernandes Tavares & Ca”, no limite da localidade de Pêro Soares. Ruínas de um edifício construído em granito com duas águas. Bem perto do edifício principal estão as ruínas de um antigo pisão e de uma casa de apoio que poderá ter servido de forja, ou como depósito de lã e fio. Foram sócios-fundadores desta firma: José Fonseca, Manuel João, Manuel Tavares, José Fernandes, José Simão, Manuel Cidadão, António Fernandes, Manuel Vicente, Manuel Pires e Vicente Fernandes, todos eles de Maçainhas. Esta fábrica alimentava as pequenas unidades fabris que todos possuíam e destinava-se à tecelagem de Cobertor de Papa. Desconhecesse o ano de construção.
Artur Freire que viria a pertencer a esta sociedade acabou por ficar com o alvará, transferindo a maquinaria para novas instalações em Maçainhas de Baixo.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Fábrica Nova
Foto: Rui Neto
“Vales, João, Costas & C.a”, com sócios oriundos de Vale de Estrela e Maçainhas de Baixo, foi a firma que laborou no engenho “Fábrica Nova”, a 1Km da “Fábrica Velha”, dedicando-se à fiação e cardação de lã a partir de 1935. Para além da fiação esta fábrica tinha alguns teares em funcionamento: seis no total. O edifício segue a tipologia típica de outros engenhos na zona, com dois pisos em granito e cobertura a duas águas. Nesta fábrica há também vestígios de um Pisão e de um edifício de armazenamento. A partir de 1943 foi constituída a firma “A Industrial Fabril de Cobertores de Papa, Lda”, sendo a produção de fio destinada às unidades de tecelagem de Maçainhas. Em 1965, já propriedade de António João, a Fábrica Nova cessou laboração, tendo o equipamento sido transferido para novas instalações em Maçainhas.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Engenho dos Carriços
Foto: Rui Neto
Situado no Ribeiro dos Cabris, afluente do rio Mondego, no limite de Videmonte, crê-se que este Engenho teve como fundador e proprietário, Francisco Ignácio. Era uma construção tradicional em granito, com dois pisos, telhado a duas águas, e com uma área de implantação de cerca de 150m2. Possuía três pisos destinados à produção fabril. No 1o piso seria o armazém, no 2o piso (com acesso pelo lado poente) a cardação e fiação e no 3o piso, com acesso pelo lado Norte, a secção de tecelagem com 8 teares em funcionamento. Acoplado ao edifício principal estava um outro de dois pisos, destinado a uma forja e à reparação de peças e no piso superior, para os trabalhadores, servindo de refeitório e de local de descanso. O alvará da fábrica e maquinaria viriam a ser adquiridos por José Pires da Fonseca que construiu a primeira fábrica de lanifícios de Maçainhas.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Engenho Grange / Fábrica de Marrocos
Foto: Rui Neto
Do lado direito, para quem iniciou o percurso na Barragem do Caldeirão, está localizada a Fábrica de Marrocos ou Engenho Grande está situado na freguesia dos Trinta e ainda hoje o edifício, passado mais de um século sobre a sua construção, com rés-do-chão e primeiro andar, impressiona pela imponência e qualidade de construção, conforme descreve António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”. Sobre este engenho, escreve ainda o autor, terá sido construído em 1850 pela firma “João Corsino & Irmãos”. No ano seguinte ao da fundação desta fábrica, João da Fonseca Corsino, na qualidade de expositor, integra o catálogo dos Produtos Portugueses na Exposição Universal de Londres em 1851, representando o Distrito da Guarda – Beira, com um cobertor. Esteve também presente na Exposição Internacional do Porto em 1865. Era uma fábrica completa, capaz de executar dentro de portas todas as operações relacionadas com o fabrico da lã, desde a receção da matéria-prima até ao lançamento no mercado do produto final. Em 1957, após Manuel Luís ter comprado a quota a António Corsino, passou a designar-se de Fábrica de Marrocos Lda, continuando a produzir fios, alguns deles exportados para a Bélgica. Atualmente, o que resta da Fábrica e terrenos anexos são propriedade dos herdeiros de Manuel Luís.
Engenho do Ribas
Foto: Rui Neto
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Em frente ao Engenho Grande estende-se o açude construído para reter a água que viria a mover a roda do Engenho do Ribas. Propriedade de Alexandre Gonçalves Ribas, este engenho está situado no limite de Videmonte. Tudo indica que terá sido construído no séc. XIX. Em 1890 estava registada a firma Alexandre Gonçalves Ribas & Irmão. Sofreu um incêndio na década de 30 do séc. XX e passou por vários proprietários sendo o último Francisco Pilão Barbas que a terá explorado até 1960.
Pela encosta podem ver-se as ruínas do edifício principal da fábrica, ao lado a casa viviam os mestres e que hoje é propriedade de Manuel do Fojo, residente que aproveita a levada da água para regadio. Ainda na encosta: um outro edifício onde trabalhavam os contínuos alimentados por um gerador, ligado à turbina que movia o engenho. Do lado nascente: mais um conjunto de construções destinadas a armazenar as matérias-primas e os produtos já produzidos. Referir ainda a ponte que fazia a ligação entre as duas margens do rio, construída sobre robustos pilares de granito ligados por carris de ferro que já não apresentava condições de segurança, e que teve que ser reforçada com um passadiço, mas cuja memória visual o Município da Guarda preservou através de vídeo e fotografias, acessíveis no site dos Passadiços.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Engenho da Canada
Do lado direito para quem iniciou o percurso na Barragem do Caldeirão, estão as ruinas de um dos mais notáveis engenhos dos Trinta é o da Canada. Pouco se sabe sobre a sua construção. Há relatos, no século XX, de um Pisão a funcionar. Há por isso quem defenda que se tratava de um Pisão e não de uma Fábrica. O edifício de granito aparelhado tem, ainda as suas paredes intactas e é composto de R/ch e 1o piso. Há, no entanto, quem relate que aqui funcionava um dos três pequenos estabelecimentos que existiam em 1864 e que tinham como principal equipamento uma roda e várias cardas destinando-se à produção de cobertores. Estas pequenas fábricas seriam anteriores à do Engenho Grande. Não há informação de quando deixou de funcionar e de quem foram os seus proprietários.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Engenho dos Fonsecas
Na margem opostado Rio Mondego, localizam-se as ruinas do Engenho dos Fonsecas. Construído no início do séc. XX, o Engenho dos Fonsecas situa-se a meio caminho do Engenho do Pateiro. Não se sabe a data de início de laboração, apenas que até 1936 foi explorado por José Ramos Robalo, o seu possível fundador e que dessa data até 1953, foi dirigida pelo padre Manuel da Fonseca. A produção destinar-se-ia ao fornecimento de fio para a tecelagem de cobertores, uma vez que vários membros da sua família possuíam teares. A partir de 1953, e até à sua desativação, foi explorada por Manuel Rodrigues Tavares que, entretanto, construiu uma nova fábrica na cidade da Guarda.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.
Engenho do Pateiro
O Engenho do Pateiro, propriedade de Ângela da Costa Pacheco, segundo o Inquérito de 1890, fica situado um pouco antes do açude da Central com o mesmo nome. Edifício com dois pisos impressiona pela qualidade de construção e pela área de implantação. Na encosta, a alguns metros da fábrica, encontra-se um edifício que deverá ter sido armazém de lãs e de produtos já executados e próximo da fábrica, o edifício do Pisão. Já como propriedade da filha, Maria da Natividade Pacheco Tavares, a fábrica passou de 19 operários em 1937, a 2 operários em 1941. Em 1948, a proprietária foi autorizada a laborar com dois teares para produzir cobertores de papa. Logo a seguir, a fábrica passou a ser explorada por uma sociedade constituída por António Pires de Almeida Serrano, Manuel Diogo Aguiar e Manuel da Cunha Sampaio, todos eles fabricantes de cobertores. O Engenho do Pateiro ficaria destruído em setembro de 1954 depois de um incêndio e a fábrica acabaria por nunca ser reconstruída.
Informação retirada de António J. F. Soares, no seu livro “A indústria Têxtil no Concelho da Guarda – subsídios para a sua história”.